A publicidade é cheia de truques para enganar sua cognição rápida. Enlatados, por exemplo, têm rótulos ilustrados com folhas de salsa verdinha, para passar a idéia de frescor, e mestres-cucas sorridentes. Já as salsichas, que originalmente são pálidas, são tingidas de laranja ou cor-de-rosa para ficar mais parecidas com carne fresca. Um produto com sabor horripilante não vai vingar, mas a história prova que, bem embrulhada, margarina vira produto de luxo.
Consumo
Na década de 1940, coube ao publicitário Louis Cheskin provar algo até então surpreendente: que o consumidor é movido por impulsos, ou seja, pela cognição rápida. Hoje, a afirmação nos parece bem óbvia, mas isso graças ao trabalho de Cheskin.
Contratado para promover uma marca de margarina, um produto até então rejeitado pelos americanos, ele mandou tingir o produto de amarelo, imitando manteiga (até então, margarina era vendida em sua pálida cor natural). Depois, convidou um grupo de donas de casa para prová-la, sem dizer do que se tratava. Elas adoraram o “novo” produto num piscar de olhos. E num golpe de marketing fatal, Cheskin recomendou que seu cliente adotasse o nome Imperial e embalasse o produto em papel alumínio, um invólucro ainda hoje associado a produtos de alta qualidade. A margarina Imperial passou a vender como pão quente.
Hoje, os publicitários jogam pesado para fisgar o freguês em questão de segundos. Na pressa, quem comanda a decisão do consumidor? A cognição rápida, é claro.
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