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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Pastor quer queima Alcorão

Casa Branca estuda chamar pastor que planeja queimar Alcorão

O governo Barack Obama está discutindo se vai convocar o pastor Terry Jones da Flórida para lhe pedir que cancele os planos de queimar o Alcorão no 11 de Setembro, informou o Pentágono nesta quinta-feira. Para os líderes norte-americanos, o ato pode colocar em perigo soldados dos EUA no exterior
"Essa possibilidade está atualmente em discussão no governo", disse o porta-voz do Pentágono, Geoffrey Morrell, quando questionado se chamariam o líder de uma pequena igreja na Flórida.
O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, confirmou a informação e disse que "não sabe se foi alcançada uma decisão final sobre isso".
Terry Jones já afirmou que suspenderá o plano no caso de um pedido do governo. Ele disse ao jornal "USA Today" que não foi contactado pela Casa Branca, o Pentágono ou o Departamento de Estado sobre a ideia de queimar, no próximo sábado, 200 exemplares do Alcorão.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quinta-feira que o plano do pastor pode ser usado pela rede Al Qaeda como uma ferramenta de recrutamento de militantes. Obama pediu que o pastor reconsidere a decisão. Ele classificou o plano de "destrutivo e perigoso".
"Isto é um incentivo para o recrutamento pela Al Qaeda", disse Obama em uma entrevista ao programa de televisão "Good Morning America", da TV ABC. "Há grave violência em lugares como Paquistão e Afeganistão. Isto pode ampliar o recrutamento de pessoas que desejariam se explodir em cidades americanas ou cidades europeias."


Alertas
 A Interpol publicou um alerta aos seus 188 países-membros afirmando que, caso Terry Jones decida queimar exemplares do Alcorão, há forte possibilidade de ocorrerem ataques contra pessoas inocentes ao redor do mundo.
O alerta foi requerido pelo ministro do Interior do Paquistão, Rehman Malik, que entrou em contato pessoalmente com o secretário-geral da Interpol, Ronald Noble. A orientação é preparar as forças de segurança e de assistência para a possibilidade de que ocorram ações terroristas.
"Uma das principais funções da Interpol é previnir crimes, e tendo conhecimento de uma ameaça significativa à segurança pública, é nosso dever assegurar que nós transmitimos essa informação para as agências de aplicação da lei ao redor o mundo para que eles possam tomar as medidas adequadas", disse o secretário-geral da Interpol.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos emitiu um alerta a seus cidadãos no exterior avisando sobre possíveis manifestações violentas como reação à queima do Alcorão que um pastor de uma igreja da Flórida planeja fazer no sábado.
O departamento lembra que alguns países, como o Afeganistão e a Indonésia, já realizaram protestos, alguns deles violentos, contra os planos do pastor Terry Jones de queimar o livro sagrado do Islã no dia do aniversário dos ataques de 11 de setembro.
O FBI também alertou para possíveis represálias "extremistas". A rede de TV "ABC" e outros meios de comunicação informaram hoje sobre um boletim interno do FBI que avalia como "possivelmente verdadeira a informação sobre ameaças obtida por informantes e outras fontes". O FBI não comentou oficialmente o suposto boletim.

Autoridades muçulmanas fazem advertência
Autoridades políticas e religiosas do mundo muçulmano, dentre as quais a OCI e o primeiro-ministro iraquiano, aumentaram o tom das advertências nesta quinta-feira em relação às consequências de uma queima do Alcorão.
A Organização da Conferência Islâmica (OCI), que reúne 57 países muçulmanos, expressa sua "grande preocupação" com a convocação feita pelo pastor Terry Jones do "Dove World Outreach Center" para que os membros de sua igreja queimem 200 exemplares do Alcorão.
O secretário-geral da OCI, Ekmeleddin Ihsanoglu, se disse "consternado pelo fato de o pastor, que prega a religião, ter escolhido seguir o caminho escandaloso do ódio, queimando um livro sagrado de uma das maiores religiões do mundo".
Ele desejou que "o bom senso termine por prevalecer" e que o pastor "abandone seu projeto, o que permitiria escapar de uma situação desagradável e emocionalmente instável no mundo".
Este ato "poderá ser considerado um pretexto pelos extremistas para que cometam mais assassinatos", advertiu nesta quinta-feira o primeiro-ministro iraquiano Nuri al-Maliki.
"Isso prejudicará as relações interreligiosas, assim como o diálogo e as relações culturais entre as nações", acrescentou Maliki, lembrando que "aqueles que cometeram os crimes do 11 de setembro não tinham nada a ver com o Islã".
No Irã, o ministro das Relações Exteriores, Manuchehr Mottaki, "condenou o projeto detestável", considerando que foi "orquestrado pelo regime sionista após seus fracassos contra os muçulmanos e o mundo islâmico".
O presidente paquistanês Asif Ali Zardari condenou um projeto que "vai inflamar os sentimentos dos muçulmanos no mundo inteiro e danificar irreversivelmente a harmonia entre as religiões e a paz no mundo".
Se for realizado, este projeto "representará uma catástrofe para as relações humanas, para a coexistência e para a paz entre os homens, e provocará sentimentos de ódio no mundo muçulmano", lembrou a famosa instituição sunita Al-Azhar, no Cairo.
Essa instituição, considerada um pólo moderado de difusão da doutrina sunita no mundo, mencionou "consequências perigosas".
Kuwait e Bahrein também condenaram o projeto do pastor americano.

Grupo cristão conta com 50 integrantes

A "Dove World Outreach Center" (Centro da Pomba de Ajuda ao Mundo, numa tradução livre), a igreja que prevê queimar 200 exemplares do Alcorão no sábado em Gainesville, Flórida, é um pequeno grupo integrista cristão composto por 50 membros.
O site da igreja (www.doveworld.org) diz que a comunidade foi fundada em 1986 por um certo pastor Don na sala de sua casa em Gainesville, uma cidade do norte da Flórida com aproximadamente 115.000 habitantes.
As primeiras reuniões dos membros da comunidade foram realizadas na casa desse pastor e depois no hotel Holiday Inn e em um teatro dos arredores, segundo o site. Os membros fundadores reuniram em seguida a soma de US$ 150 mil para comprar o terreno no qual foi edificado o templo no final dos anos 1980.
O pastor Don dirigiu a comunidade até sua morte, em 1996. Foi sucedido pelo pastor Terry Jones, que lidera o plano de queima do livro sagrado dos muçulmanos.
Jones havia fundado na Alemanha a "Comunidade Cristã de Colônia" nos anos 1980, e dirigiu ambas as comunidades até 2008, quando se afastou do movimento alemão por "divergências".
*Com agências internacionais

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